Clínica Pública de Psicanálise – Plantão

Experiência Piloto: Clínica Pública de Psicanálise na Vila Itororó

No galpão do projeto Vila Itororó Canteiro Aberto, uma experiência piloto de uma Clínica Pública de Psicanálise oferece atendimentos individuais gratuitos, ampliando a noção de cultura e o papel de um centro cultural para além das práticas artísticas tradicionais. Esta iniciativa foi idealizada pela artista Graziela Kunsch, responsável pela formação de público da Vila Itororó, em colaboração com os psicanalistas Tales Ab’Sáber e Daniel Guimarães. A clínica é mais um experimento dentro do canteiro de obras, com o objetivo de abrir novas perspectivas para o futuro da Vila.

A criação da clínica surgiu da reflexão sobre as transformações radicais – internas e externas – que a Vila Itororó enfrentou ao longo de sua história, incluindo diversas formas de violência: do planejamento urbano, com a canalização do rio Itororó e a construção da Avenida 23 de Maio; das políticas habitacionais, com a remoção dos antigos moradores; e do mercado imobiliário, com a expulsão econômica das populações mais pobres do bairro. Inicialmente, a clínica visava atender ex-moradores da Vila Itororó, mas a introdução de horários de plantão expandiu os atendimentos para outros interessados.

Funcionamento da Clínica

Os plantões ocorrem todos os sábados de manhã. Os atendimentos são individuais, gratuitos e em formato de conversa, com duração aproximada de 50 minutos. São recebidas pelo menos quatro pessoas por sábado, por ordem de chegada, às 10h, 11h, 12h30 e 13h30. Quem estiver passando por um momento difícil ou confuso pode vir nesses horários para conversar. A partir da primeira sessão, é possível agendar atendimentos contínuos.

O canteiro da Vila Itororó abre às 9h da manhã, permitindo que os interessados cheguem mais cedo para garantir um atendimento na clínica. Sempre há um segundo psicanalista disponível, que pode atender outras pessoas fora do consultório, conforme necessário. A clínica está localizada na Rua Pedroso, 238 – fundos do galpão, próximo ao metrô São Joaquim.

Aspectos Políticos e Formativos

Os psicanalistas envolvidos na clínica trabalham por um desejo político e como parte de sua formação, recebendo uma ajuda de custo equivalente a um bilhete mensal de transporte. Com a ampliação do projeto, é possível imaginar que este experimento possa se tornar uma política pública e funcionar em uma das casas da Vila Itororó no futuro.

Contribuições Comunitárias

Leia textos sobre a Clínica aqui

Imagem: Vista desde o divã da Clínica Pública. O divã foi construído coletivamente pelo primeiro grupo de psicanalistas da clínica na marcenaria do canteiro, com auxílio dos técnicos da GAMB, que também foram responsáveis pelas paredes móveis e dobráveis do espaço, em colaboração com a artista Graziela Kunsch. A pintura à direita faz parte da obra em exposição permanente “Padrões da Vila”, de Mônica Nador.

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