BIXIGA-SE
assista ao documentário vila itororó canteiro aberto
Arquivo sonoro em construção, composto por diferentes vozes de pessoas que viveram na Vila Itororó, passaram por ela ou que nela trabalham.
Não basta olhar a Vila Itororó hoje para vê-la. Este arquivo visual em construção, composto por imagens de diferentes épocas, aponta para as muitas Vilas que existem na Vila Itororó e que o olho nu já não pode enxergar.
Muito se escreveu sobre a Vila Itororó. Desde o diário de obras de Francisco de Castro, idealizador da Vila Itororó, passando por moradores, arquitetos, urbanistas, artistas, pesquisadores de áreas diversas e governantes.
Éden
Padrões da Vila
Clínica Pública de Psicanálise
Panapanã
O que vem à mente ao ouvir as palavras “arquitetura” ou “patrimônio arquitetônico”, no contexto da Vila Itororó? Muitas pessoas pensam apenas no palacete, a maior e mais central edificação do conjunto. Mas e se fizermos o exercício de pensar a arquitetura não somente a partir das edificações (ou dos volumes cheios), mas dos espaços entre as edificações (ou vazios)?
Toda obra da construção civil precisa de máquinas de carpintaria/marcenaria. Obras de patrimônio precisam especificamente dessas máquinas para restaurar janelas, portas, pisos e outros artefatos de madeira. No projeto Vila Itororó Canteiro Aberto essa área de marcenaria não fica restrita à obra de restauro, estando aberta para a cidade.
Na sala de estar, um motivo comum nos reúne: uma música, um filme, um tema ou uma tarefa a realizar; às vezes, é a simples vontade de estar junto com outras pessoas. Mais que uma sala de estar, a sala de encontro da Vila Itororó busca tornar públicas ações e conversas que normalmente acontecem em espaços privados e restritos a um pequeno grupo de amigos.
Uma biblioteca, seja ela doméstica ou pública, está sempre em permanente construção. A coleção de livros disponíveis para leitura na Vila está em formação e todos podem colaborar com doações, com publicações destinadas a diferentes faixas etárias.
Atrás da casa, o quintal é o lugar onde bate o sol, que ilumina o jardim e a horta. No quintal da Vila corre um afluente do riacho Itororó – “itororó” que, na língua indígena local, significa água barulhenta.
Ao invés de um restaurante ou de uma lanchonete, aqui no canteiro existe uma cozinha coletiva que funciona também como refeitório e é usada tanto por quem trabalha na obra de restauro como pelo público. Nessa cozinha preparamos coletivamente o alimento, que pode incluir ingredientes colhidos no quintal da Vila, na agrofloresta, ou em sobras de feiras de rua.
O quarto é o lugar mais íntimo da casa. Talvez por isso ele seja o lugar ao redor do qual as nossas formas de habitar se organizam – do mais íntimo ao mais público, do dentro para o fora, do menor para o maior. Entender como habitar os quartos da Vila Itororó talvez seja a questão mais delicada que nos é colocada, já que as nossas respostas irão influenciar todos os outros espaços.